Empresário some com valores de aluguel, caução e condomínios em fraude que atinge 600 imóveis

A Polícia Civil abriu um inquérito para investigar o que pode ser o maior golpe já aplicado em Nova Petrópolis. Uma imobiliária local, Nova Imóveis, teria lesado dezenas de clientes ao encerrar as atividades sem repassar aos clientes valores referentes a taxas de condomínio, alugueis e até mesmo o valor da caução pago por clientes na hora de locar o imóvel. Conforme a Polícia Civil, são mais de 50 boletins de ocorrência registrados, praticamente todos alegando que o empresário teria se apropriado dos valores.

INQUILINA PERDEU TODO O CAUÇÃO DEPOSITADO: QUASE R$ 10 MIL

Uma das vítimas da imobiliária conta que tinha a casa alugada e o locador ficou cinco meses sem receber o valor do aluguel que a locatária pagava para a imobiliária. A vítima acabou mudando de endereço e a nova locadora entrou imediatamente em contato com a inquilina para pedir que ela pagasse o primeiro aluguel direto para ela, já que a casa precisou ser tirada da imobiliária e colocada em outra. A locadora pediu esse trâmite pois recém havia descoberto que estava há quatro meses sem receber o valor dos aluguéis, já que o valor caiu diretamente em um fundo e ela não percebeu a falta dos depósitos, que acreditava estar ocorrendo normalmente. “Quando ela foi alugar para mim ela foi verificar como estava o valor e percebeu que também tinha sido vítima”, conta a inquilina.

Essa mesma inquilina foi prejudicada em mais de nove mil reais, valor que estava depositado em forma de caução e que simplesmente não existe mais. “Quando a gente paga uma caução, ele fica rendendo esse seguro e a imobiliária foi lá e sacou esse montante de todos os clientes”, conta. “A diferença de caução de uma casa para a outra, que eu deveria receber de volta já que antes era quase 10 mil e agora são seis, não existe mais. E isso aconteceu com todos os aluguéis, algo em torno de 600 imóveis”, explica uma das dezenas de vítimas.

Hipóteses

Uma das possibilidades é que o empresário teria usado os boletos do aluguel como garantia de empréstimos e, com os empréstimos não pagos, cada valor que entrava do boleto era retido na hora, não sobrando para repassar parar os locadores. Alguns boletos já estavam até mesmo com uma credora. Outra situação foi zerar as contas dos fundos dos condomínios administrados pela imobiliária. Todo o valor teria sumido dos fundos, lesando dezenas de famílias.